スペイン史研究

ESTUDIOS DE HISTORIA DE ESPAÑA

Número 37 (diciembre 2023)

A indústria vitivinícola no período pombalino: a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (1756-1834) e Trás-os-Montes

por Ayano Kurane

 

O Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo, implementou várias reformas, uma das quais foi a fundação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. A Inglaterra, o principal mercado para os vinhos portugueses, concedeu vantagens fiscais ao vinho português através de medidas como o Tratado de Methuen de 1703. O aumento das exportações de vinho promoveu a expansão da viticultura, colocando os proprietários de vinhas na região do Alto Douro (a região de produção de vinho do Porto) em competição interna, levando-os a procurar proteção real. Como resultado, a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro foi estabelecida a 10 de setembro de 1756, com diversos privilégios. Dentro desta perspectiva, e no contexto do despotismo esclarecido e das políticas mercantilistas do Marquês de Pombal, a Companhia foi frequentemente avaliada como beneficiando os seus acionistas e os grandes proprietários de terras, mas sem trazer desenvolvimento econômico para a região do Alto Douro.

O objetivo deste estudo é investigar a indústria vitivinícola em Trás-os-Montes na segunda metade do século XVIII e início do século XIX, com ênfase no período pombalino, e avaliar o impacto da criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, particularmente nos produtores. Com essa finalidade, analisamos dois aspetos. Primeiro, investigamos as práticas dos produtores através da identificação das infrações cometidas por estes em relação às regulamentações da Companhia. Segundo, realizamos uma análise das redes de transporte e distribuição de vinho na região para compreender a escala das operações dos produtores numa área onde os meios de transporte eram subdesenvolvidos. Neste estudo, o processo de produção de vinho, desde o cultivo da uva até à distribuição, é considerado a indústria vitivinícola, e os participantes deste processo são designados produtores.

Os documentos utilizados neste trabalho são os depoimentos da “Devassa de 1771 a 1775” sobre as transgressões das regras de produção e transporte do vinho, parcialmente publicados em 1983. Para examinar a realidade da produção na região, foram selecionados depoimentos de duas localidades, Nogueira e Alvações do Corgo. Para além disso, para melhor caracterizar a área de estudo, recorremos aos "Relatórios Paroquiais de 1758" disponíveis no Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

Os resultados obtidos apontam para várias conclusões. Primeiro, foi possível observar o fluxo de produção, em que as uvas colhidas foram transformadas em mosto em lagares, e mostos ou vinhos fermentados foram transportados para adegas. Durante este processo, com base nos depoimentos, foi confirmado que houve transporte de produtos para além do limite da demarcação estabelecida pela Companhia, da área de produção de vinhos mais baratos para consumo local (vinho de ramo) para a área de produção de vinhos mais caros para exportação (vinho de embarque).

Segundo, produtores de médio e grande porte, adquiriam uvas, mosto ou vinho de produtores menores, que depois eram transportados para as instalações dos compradores para a conclusão do processo da produção de vinho. Embora não existam informações exatas, mas considerando que possuíam meios de produção, presume-se que os compradores eram mais prósperos do que os vendedores. Com repetidas transações, a produção concentrou-se nos produtores mais prósperos, que procuravam a produção em grande escala e maximização dos lucros.

Terceiro, dos depoimentos de transportadores de Nogueira, como almocreves e carreiros, conclui-se que estavam envolvidos em atividades de transporte em colaboração com outros transportadores. É de salientar que a maioria destes testemunhos estava relacionada à vitivinicultura e podemos supor que a área de atividade dos transportadores era o espaço flanqueado pelos afluentes do rio Douro. A pesquisa sugere igualmente que as redes de transporte eram influenciadas pelas condições geográficas e possivelmente estendiam-se pela mesma área de produção mencionada anteriormente.

Quarto, pelos depoimentos obtidos em Alvações do Corgo, foi confirmado que os produtores médios compensaram as produções através da compra de mosto e uvas, o que era proibido. Verifica-se também que alguns produtores tinham produção própria dispersa entre áreas de vinho de ramo e de vinho de embarque. Para estes produtores, o transporte através do limite de demarcação para completar vinhos parece ser consequente. Assim, a imposição das áreas de demarcação por parte da Companhia dividiu o espaço de produção tradicional, o que afetou principalmente os pequenos e médios produtores.

O estudo da “Devassa de 1771 a 1775" é fundamental para entender a realidade da indústria vitivinícola na segunda metade do século XVIII e meados do século XIX. Alargando o estudo para incluir mais depoimentos e aplicando uma definição mais abrangente de "produtores de vinho", poderá se obter uma compreensão mais profunda dos métodos de produção. Além disso, se complementarmos a informação revelada nos "Relatórios Paroquiais de 1758" e na “Devassa de 1771 a 1775", será possível analisar as relações entre a indústria vinícola em Trás-os-Montes e outras indústrias, bem como considerar o papel do vinho na economia portuguesa do século XVIII a partir da perspectiva industrial e agrícola.

 

Número 36 (diciembre 2022)

Ignacio de Loyola en Alcalá de Henares (1526-1527)

Hiroshi Sakamoto

 

Es bien sabido que la Compañía de Jesús lideró la Iglesia católica durante la Contrarreforma, oponiéndose al protestantismo. Sin embargo, muchos estudios olvidan que en sus inicios la Compañía estuvo bajo sospecha de herejía porque su fundador, Ignacio de Loyola, había sido juzgado ocho veces antes de que el Papa Pablo III la reconociera en 1540. Cabe señalar que fue durante su estancia en Alcalá de Henares (1526-1527) cuando se le juzgó por primera vez. Este artículo analiza justamente este primer juicio.

Cuando llegó Ignacio a Alcalá, este lugar no sólo era una ciudad universitaria en desarrollo, sino también el centro de un movimiento de renovación religiosa. Muy cerca de allí, se localizaba el monasterio franciscano de Salceda: la cuna de la mística española. Los practicantes del misticismo difundido entre los laicos de Guadalajara y Pastrana llegaron a ser conocidos como los alumbrados y en 1524 la Inquisición de Toledo los arrestó por sus actividades. Al final, las pesquisas determinaron que Ignacio había tenido contacto con ellos y lo detuvieron en 1526.

Los estudiosos sobre los jesuitas se han enfrentado a una gran dificultad cuando tienen que tratar el periodo de Alcalá. Esto se debe a que Ignacio no sólo fracasó en su formación académica, sino que también la Inquisición lo aprendió. Además, al intentar profundizar en este periodo, los estudiosos se han visto obligados a hablar de su relación con los alumbrados. Las autoridades finalmente lo absolvieron, pero lo anterior tuvo consecuencias fatales para él durante toda su vida, al grado de ser casi un pecado original.

Posteriormente, Loyola fundó con éxito la Compañía de Jesús, la cual se convertiría en la gran orden religiosa de los tiempos modernos. Sin embargo, para comprender a los jesuitas no se debe centrar sólo en este hecho, sino que es necesario mirar las actividades de Ignacio durante el periodo de Alcalá. Es difícil imaginar para muchos que alguien que la Iglesia católica terminó canonizando, pudo haber finalizado sus días quemado en una hoguera. De igual manera, es difícil concebir que ese líder católico que rivalizaría con Martín Lutero en los años posteriores, había realizado los Ejercicios Espirituales a un reducido número de mujeres.

El propósito de este trabajo es aclarar la imagen real de Ignacio de Loyola durante el periodo de Alcalá a partir de dos puntos poco analizados plenamente, ya que los estudiosos sobre el tema no se han liberado de la imagen de Ignacio como defensor de la fe ortodoxa.

El primer punto es la relación entre Ignacio y los alumbrados. Hasta ahora, el debate ha girado en torno a si Ignacio era un miembro de este movimiento o no, pero este ha resultado ser  estéril, ya que el término alumbrado es una categoría poco precisa e indefinida. Cualquiera que hablara sobre el amor de Dios en esa época podría ser etiquetado como un alumbrado. Si se cotejan las actas de Alcalá con los procesos inquisitoriales de los alumbrados, es evidente que Ignacio tenía relaciones amistosas con las personas asociadas a ese movimiento y las enseñanzas emprendidas por él se parecían a las de ellos. La suerte jugó a su favor y lo absolvieron, pero en realidad estuvo muy cerca de cometer herejía.

El segundo punto de análisis es la labor misionera de Ignacio durante el periodo de Alcalá centrada principalmente en la orientación espiritual de las mujeres. Les dio una versión simplificada de los Ejercicios Espirituales. En concreto, las instruyó en los exámenes de conciencia dos veces al día, la confesión y la comunión semanal. También, retomó los Diez Mandamientos y la oración sobre los pecados capitales, etc. A primera vista, esto no parece diferir mucho del catecismo ordinario. Sin embargo, el hecho de que las mujeres a las que Ignacio enseñaba se desmayaran una tras otra, sugiere que iban más allá del catecismo ordinario y comenzaban a andar por el camino del espíritu.

¿Cuáles eran las enseñanzas de Ignacio que les atraían tanto? Las mujeres que Ignacio dirigió espiritualmente en Alcalá pertenecían a los estratos más bajos de la jerarquía social. Tenían diversos problemas, eran propensas al suicidio, habían sido prostitutas o eran viudas a pesar de haber dado a luz y vivían con sus padrastros. En aquella época, Ignacio aún no era sacerdote, por lo que no era competente para administrar los sacramentos (confesión y comunión). Así que esas mujeres no se congregaban por obligación, sino por algo más. Acudían a Ignacio en busca de un consuelo espiritual que no les podían ofrecer los párrocos. Loyola les enseñó que podían mejorar su forma de vida examinando su conciencia y confesando sus pecados. Estas enseñanzas terminaron por animar a las mujeres.

Número 35 (diciembre 2021)

Cómo se ha representado a Viriato,

el héroe de la Guerra lusitana (155 a. de C. - 139 a. de C.)

 por Kaori ADACHI

 

En la historia ibérica prerromana, el lusitano Viriato es una de las figuras más célebres que acaudilló la resistencia de varios pueblos indígenas contra los invasores romanos. La leyenda de su ascenso desde sus orígenes humildes hasta convertirse en el general de los íberos y el amicus populi Romani, así como su trágica muerte tras su traicionero asesinato, han sido descritas y representadas con repetición en diversos medios, desde las fuentes históricas antiguas hasta las series dramáticas televisivas del siglo XXI. Por esta razón, aunque Viriato es un héroe nacional tanto de España como Portugal, su virtud también ha sido alabada en la historia europea.

Para analizar la historia de su representación y recepción, en este artículo se recopila y enumera las fuentes sustanciales en las cuales aparece Viriato, trazando algunos esquemas preliminares.

Las fuentes clásicas consultadas fueron las de Lucilio y Polibio, quienes fueron contemporáneos de las Guerras ibéricas. Posteriormente, siguen las de Posidonio y luego las citas de Diodoro, Livio, Appiano y Dion Casio (todos ellos del lado romano). Ahí, se pueden observar algunos componentes elementales de su leyenda: 1) su ascenso de un simple pastor y ladrón a general; 2) su esencia humilde, así como su postura justa y generosa con los demás (una especie de estereotipo del 'buen salvaje'); 3) el hecho de que fue un sobreviviente de una masacre; 4) la traición y su muerte trágica que incumplió su ambición; y 5) el hecho de que fue el primer líder de la nación que unificó a diversos pueblos.

En épocas sucesivas (ss. I y II d. de C), escritores como Valerio Máximo y Floro, quienes compararon a Viriato con Rómulo, aportaron información sobre él. La descripción de Eutropio (s. IV) sobre la Guerra lusitana sirvió como fuente de información para Juan Antioqueño (s. VII), dejando además un vestigio para la enciclopedia bizantina, Suda, del siglo X.

La Historia contra los paganos de Paulo Orosio (principios del s. V) también relató las guerras romanas en Iberia y tendría una influencia en los escritos históricos posteriores tanto en el Occidente cristiano como en la España musulmana, como lo demuestra su traducción árabe anónima del siglo X. En consecuencia, tanto la Crónica del Moro Rasis (finales del s. X) como Muqtabis de Ibn Hayyan (s. XI) se refieren a Viriato, pero con notables alteraciones.

En la Castilla del siglo XIII, el rey Alfonso X, el Sabio, recopiló la Estoria de España (conocida también como la Primera Crónica General) la cual muestra una visión sobre Viriato bajo la línea de Orosio. Posteriormente, se publicó una serie de Historia/Crónica General de España siguiendo esta misma idea, la cual reconstruyó y evaluó de nuevo los relatos sobre Viriato, como fue el caso de las obras de Morales (s. XVI), Mariana (s. XVII), y Lafuente (s. XIX).

En los siglos XVI y XVII, Viriato fue mencionado cada vez más fuera de la historiografía y apareció en los argumentos humanísticos y en la literatura del "Siglo de Oro" (tanto en prosa como en verso). Algunos ejemplos fueron Sepúlveda en el contexto del elogio de la osadía de los 'hispanos'; Camôes en su epopeya sobre el ilustre lusitano (igual al origen de los portugueses); Lope de Vega en La Arcadia; Quevedo dedicando una elegía; Cervantes en El Quijote alineándolo con César y Aníbal; y Mascarenhas titulado su poema épico portuguesa Viriato Trágico. Finalmente, a partir del siglo XVII, numerosas novelas y obras de teatro populares lo tienen como su protagonista.

La popularidad de Viriato se amplió con representaciones en las artes plásticas del siglo XIX, en medio de los movimientos nacionalistas que había en toda Europa. Existen al menos tres cuadros con el título La muerte de Viriato (1808, 1854, 1890). También, hay una estatua en el Arco del Triunfo en Lisboa (1862); un medallón en el techo de la Diputación de Zamora (1882) y en el centro de la misma ciudad, una estatua de bronce (1883) asentada en 1903 sobre una gran piedra de granito (esta plaza posteriormente recibiría su nombre).

La historiografía de esta época, por supuesto, también estuvo marcada por el nacionalismo, al igual que las interpretaciones de Viriato realizadas en la mencionada Historia General de Lafuente y la Römische Geschichte de Mommsen (1854).

El siglo XX comenzó con otro erudito alemán alabando sus heroicas hazañas. Es el artículo de Schulten «Viriatus» (1917), el cual se tradujo al español y al portugués. Por otro lado, el gobierno de Franco hizo uso de Viriato, por ejemplo, en la educación primaria, como se ve en los libros de texto de la época.

En suma, los cinco componentes elementales de la leyenda de Viriato señalados con anterioridad están más o menos respaldados por hechos históricos, o al menos explicados como la respuesta romana a la casi exitosa resistencia indígena. Desde el punto de vista ibérico, no es extraño que se emplee a un líder de estas características para suscitar emociones patrióticas y nacionalistas. Sin duda, estudios más detallados de las repeticiones y transformaciones de su imagen podrían ayudar a comprender los puntos de vista y los valores de cada época.

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